Shadow Mundi: Tédio

quarta-feira, setembro 08, 2004

Tédio

Não há nada para fazer, ou pelo menos assim me parece. É como se tudo o que existe e me rodeia não tivesse o mínimo interesse.
Olho, pela janela do meu quarto, o horizonte. Nem mesmo os ultimos raios de sol me alegram.
Sinto-me puxada para dentro de um grande Abismo de Nada...
Nada.....
Olho outra vez, na esperança de que algo apareça, e...........
NADA
Quando estou com as outras pessoas tudo parece diferente.... menos quando os que me rodeiam parecem-me indiferentes e aí sinto-me ainda mais só......
E estar só quando não se tem ninguém por perto é uma coisa.........
Mas estar só.... realmente só estando perto de imensas pessoas é..... um Pesadelo.
Tédio
Só e apenas
Tédio

5 Comments:

Blogger Stouton said...

Aiiiiiiiiiiiii
O tédio é exactamente aquilo a que ao longo da nossa vida vamos fugindo, tudo o q se faz e para tornar as coisas menos aborrecidas...E o aborrecimento e como a solidao no homem, nunca desaparece, esta sempre conosco. Nascemos sozinhos, e ao longo d toda a nossa vida assim permanecemos, ate que por fim morremos sozinhos. E nao ha nada que possamos fazer para fugir a esta questao, a solidao nao e um estado, e um facto, e a maior certeza do homem, se nao a unica. Tudo o resto e um jogo, um jogo de distracçoes para que nao nos aborreçamos nesta vida só e aborrecida...
Ou então é apenas do tempo que me deixa assim...

*

11:22 da tarde  
Blogger Stouton said...

hm...sim, podemos entender a felicidade como "a reconciliação com o tempo". Mas no fundo, a procura de experiência, a necessidade urgente de e principalmente, na nossa sociedade actual de novidade, deve-se a um grande aborrecimento geral. À pasmaceira das coisas, à preguiça em estado crescente, cada vez mais, cada vez mais...o que custa andar, o que custa pensar..."A preguiça é o motor da evolução" diz Bruno Munari, ela é sem duvida, mas é o medo do tédio que é o seu combustivel. É o desespero do tédio que nos faz mover, não ficar parado. As contruções das cidades, a acelaração do ritmo de vida, a necessidade de comunicar mais rapido, isto mesmo dos blogs da net, e de tudo...na arte, a procura do novo, do surpreende...o surpreende, o gosto pelas surpresas...as distracções, o mundo do entertenimento, os passeios, as viagens, o ler, o saber, o crescer enquanto pessoas...o falar e falar, para que?! Para que nos aperfeiçoar mos ao longo da vida sabendo q e a solidao e a morte que nos espera? Para que crescer e mudar e evoluir se depois nao somos nos o fruto da evoluçao?
Porque estar parado é um tédio. POrque nao nos mexermos é como que aceitar mos a nossa solidão e a efemeridade dos nossos actos. Porque afinal de contas tudo o q queremos é nos distrair da nossa condição de mortais,é nos iludirmos com o amor, nos iludir mos com a amizade, iludirmo nos com tudo...como que um grande e gigantesco parque de diversoes que vamos percorrendo vezes sem fim ate que um dia nos sentamos num banquinho do parque e dizemos "Chega! Estou velho demais para brincadeiras"...

Agora a questão da felicidade vejo a d uma forma mais complexa...embora tenha gostado mt da tua definição e a aceite em parte, talvez para outro post noutro blog, ou mesmo neste...:P

*

P.S:. Estou cada vez mais surpreendida com a tua escrita, acho-a maravilhosa, bastante perceptivel, muito correcta e acima de tudo muito cativante !:) Vou continuar a ler os teus post, tenho os lido com muito gosto Shenandoah.

DEsculpem os meus erros, principalmente na questão das vírgulas, sei que os dou aos milhares, mas nao consigo quando escrevo algo reparar nos erros que dou, eu bem q releio mas o meu cerebro liga o automatico e nao o noto, é da forma impulsiva com que as palavras me saem, e realizo as entoaçoes na minha cabeça, sai sempre virgula aonde nao é :P *

1:58 da manhã  
Blogger Shadow said...

Estou maravilhada com o debate que aqui ocorreu.
Porém..... eu quero algo mais.... acho que todos nós queremos... algo de quase imortal...
Eu quero algo que fique para sempre!
Se estou aqui apenas para tentar acabar com o meu tédio e o de algumas pessoas.... bem.... acho melhor pegar numa arma e matar-me de vez.
Não!
Não é isso que eu quero.
Nenhum de nós quer isso realmente.
Todos nós temos a nossa eternidade de alguma maneira.
Espero que o tédio me possua! Que tente matar-me, uma e outra vez!
Eu quero lutar contra ele!
Tentar vencer a luta que é impensavel ser ganha.
Quero tentar!

P.S.: Isto foram as ideias que me vieram ao ler os vossos textos... o realismo deles faz com que eu tente escapar.

P.S.2.:Andreia... depois vamos á pesca ;)

11:50 da manhã  
Blogger Stouton said...

É sem duvida essa ilusão que nos procuramos manter ao longo da nossa vida, queremos que ela seja verdade, até que...e encaixo a felicidade nisso, ha momentos em q essa ilusao e por nos tao bem definida que se torna quase realidade...em que nao so acreditamos nela como a vemos real, ali ao pe de nos.... e tu shadow queres acreditar que ha algo mais para além de, e eu tb quero, queremos todos...é uma necessidade acreditar nisso, ou acreditar em algo, dai a religiao, e as crenças, sao uma desculpa, uma desculpa para fugirmos como a shenandoah referiu ao absurdo.
Mas não há fuga possivel...a nao ser, entrar no jogo e brincar...inventar "carpe diem"'s e lemas de vida, criar mitos e justificações, e iludirmo nos, deixarmo nos iludir com as coisas...

1:48 da tarde  
Blogger Shadow said...

O romantismo de Poe faz com que eu queira ser a Lenore que morre no coração do poeta.
Sei que esse romantismo está muito longe do existencialismo lógico que deveria procurar.
Mas sempre que estou com esse bocado da minha alma.... tudo parece diferente... mais surreal do que real.
Sinto-me então como Álvaro de Campos no Opiário.
"Tomo o ópio como um remédio
Sou o convalescente do momento
Vivo no rés-do-chão do pensamento
E ver passar a vida faz-me tédio"
Sim.....
Sinto o mesmo meu caro Álvaro de Campos.
Depois também procurei a cura.....
Uma cura que para ti foi o futurismo e para mim um existencialismo tétrico.
E depois.....
Depois ambos caimos em decadência.
Queriamos morrer.
"Suicide is the only way out" como diz Ozzy Osbourn numa das suas músicas.
Porém.....
Reflecti e vi....
Vi que o que queria mesmo era ser Imortal....
Não é a imortalidade do corpo ou da alma.
Busco a imortalidade do Ser.
Isto é, a imortalidade de quem realmente sou, a imortalidade da minha obra.
Não quero parecer arrogante, mas é isso que busco.
Mais nada.
Porque é que eu ainda não morri?
Porque ainda não atingi as minhas metas.

P.S: Obrigado a todos os que aqui escrevem, estou a achar este debate o muito interessante. A vossa escrita é fabulosa.
Kisses

1:52 da tarde  

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